Alegação, é do presidente da União Nacional dos
Caminhoneiros
(Unicam), José Araújo Silva, o “China”. (O Globo – Foto: Marcelo
Brandt/G1).
BRASÍLIA
- O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva,
o popular "China" (foto acima), reconheceu ao falar com o Jornal O Globo,
do Rio de Janeiro, que o governo atendeu a todos os pedidos da categoria, mas
que a greve deve persistir enquanto o preço do diesel não cair nas bombas. As
declarações foram feitas depois de outros representantes de caminhoneiros
autônomos afirmarem que aprovam as medidas anunciadas pelo presidente
Temer em pronunciamento na noite de domingo.
As
três medidas provisórias para atender às demandas dos caminhoneiros saíram
em edição extra do Diário Oficial da União no fim da noite de domingo. Três
outros líderes dos caminhoneiros afirmaram que o acordo atendia às
reinvindicações da categoria e aprovavam o retorno ao trabalho: Carlos Alberto
Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga
(Sinditac) de Ijuí (RS), José da Fonseca Lopes, presidente da Associação
Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), e Diumar Bueno, presidente da
Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).
Silva
(China) disse que está informando os termos do acordo, fechado no domingo, aos
líderes do movimento em 12 estados, mas que alguns já disseram que a
paralisação vai continuar. Entre eles, caminhoneiros da Paraíba, de Tocantins,
Sergipe, além de Santos (SP). “Acho que a greve não vai acabar facilmente. O
preço do diesel continua o mesmo na bomba, nada mudou”, destacou China.
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Ele
afirmou que não tem poder para acabar com a greve, que começou de maneira
“voluntária”, depois do “descaso” do governo com a categoria. China participou
da reunião no Planalto, na quinta-feira, mas não quis assinar o primeiro acordo
fechado pelo governo com demais entidades da categoria. China contou que não
foi chamado para participar da reunião de domingo no Planalto, quando foi
firmado novo acordo.
As
declarações de líderes do movimento mostram que a crise de desabastecimento no
país ainda está longe de acabar. O preço do diesel só deve cair nas bombas de
maneira mais efetiva depois que o Congresso aprovar o projeto da reoneração da
folha de pagamento das empresas e a proposta foi sancionada pelo presidente
Michel Temer — quando serão editadas todas as medidas para reduzir a carga
tributária sobre o combustível. A votação do projeto, que passou pela Câmara
dos Deputados e está no Senado, foi a contrapartida negociada pela equipe
econômica para compensar perda de receitas com o corte nos tributos incidentes
sobre o diesel (Cide e PIS e Cofins).
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