Além de evitar um racha no PT, ao dar poder a Gleisi,
Lula cria um canal
para manter seu controle sobre o partido. (Estadão Conteúdo
– Foto: Agência Brasil).
Algumas
horas antes de furar o bloqueio imposto por militantes ao Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC e se entregar à Polícia Federal, o ex-presidente Lula, condenado e preso na Lava Jato, reuniu vice-presidentes e
demais dirigentes do PT, parlamentares e líderes de movimentos sociais para dar
uma de suas últimas orientações políticas antes de ir para a prisão: enquanto
estiver na cadeia, em Curitiba, quem fala por ele sobre assuntos do partido é a
senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional da legenda.
À
primeira vista, a ordem, anunciada em uma sala reservada, pareceu redundante,
já que Gleisi foi eleita com maioria absoluta - 61% dos votos - no 6º Congresso
Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT, em junho do ano passado, em Brasília. Lula, líder de fato da
legenda, no entanto, teme que, na sua ausência, as correntes e grupos internos
que disputam espaço no partido deflagrem uma guerra fratricida pelo poder.
Além
de evitar um racha no PT, ao dar poder a Gleisi, Lula cria um canal para manter
seu controle sobre o partido. Segundo líderes petistas, a decisão contrariou
setores que defendiam a nomeação de um porta-voz para o período em que Lula estiver na cadeia.
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