Duas
denúncias contra o Presidente, feitas por Rodrigo Janot, foram barradas pela
Câmara em 2017. A terceira, pode vir em ano eleitoral. (Estadão Conteúdo – Alan
Santos/PR).
Interlocutores
do Palácio do Planalto classificaram como "um ato espetaculoso" a
decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de
autorizar a prisão de amigos próximos do presidente Michel Temer (MDB). Dizem haver
um "complô" para tentar inviabilizar a candidatura de Temer à
reeleição este ano. Entre os presos na última quinta-feira, 29 de março na Operação Skala, estão o advogado e ex-assessor do governo José Yunes, com quem Temer jantou na
última segunda-feira em São Paulo, e o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista
Lima Filho.
Deflagrada
a pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, com
autorização de Barroso, a operação foi vista nos bastidores como um indicativo
de que a procuradora-geral, Raquel Dodge, possa apresentar nova denúncia contra
o presidente Se isso ocorrer, a avaliação no Planalto é de que as pretensões
eleitorais de Temer seriam minadas. Ele teria novamente que se dedicar a barrar
o avanço da investigação na Câmara.
O
presidente planeja entrar no páreo para um novo mandato e pode ter o ministro
Henrique Meirelles (Fazenda) como vice. Meirelles deixará o PSD e se filiará ao
MDB no dia 3. Para integrante da cúpula do MDB, um sinal de que a intenção dos
mandados de prisão expedidos seria dificultar a consolidação de Temer na
disputa eleitoral é a coincidência de datas. Para os emedebistas, não é por
acaso que a operação contra amigos de Temer acontece às vésperas do ato de
filiação de Meirelles.
Apesar
da repercussão negativa para o governo com as prisões, pessoas próximas ao
presidente afirmam que o episódio reforça a certeza de que o emedebista precisa
ir para o enfrentamento. "Entendemos que a decisão do presidente de
colocar a possibilidade de vir a disputar a eleição faz com que novamente
dirijam contra nós os canhões da conspiração. O que aconteceu hoje
(sexta-feira) não deixa de ser um reconhecimento de que eu nas minhas
afirmações sempre estive certo, que se buscava investigar um assassinato onde
não existe cadáver. O Decreto dos Portos não beneficia a Rodrimar", afirmou
o fiel e antigo aliado de Temer, ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.
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