Sílvio:
“Custa-me acreditar que o juiz Sérgio Moro, que está prestando um grande
serviço ao País, vá
utilizar-se de convicções, de opiniões e atropelar a
Constituição do Brasil”. (Fonte: Assessoria).
Em
2016, o dicionário Oxford – um dos mais respeitados do mundo, no catálogo de
novas palavras – escolheu “pós-verdade” como a palavra do ano. “Pós-verdade” é
uma palavra onde a convicção substitui a verdade, onde aquilo que as pessoas
acreditam atropela os fatos. Não acredito que o juiz Sérgio Moro condene o
ex-presidente Lula utilizando-se da “pós-verdade”. Na próxima
quarta-feira (10), o ex-presidente Lula e Sérgio Moro estarão frente a frente e
o Brasil inteiro tomará conhecimento deste depoimento.
A
Constituição da República diz que para uma cidadã ou cidadão brasileiro ser
condenado é preciso que exista a materialidade do crime. Nesta audiência, o
ex-presidente Lula será ouvido sobre o processo do tríplex do Guarujá. Um
imóvel que o próprio delator, o empresário Léo Pinheiro, já declarou - em
audiência ao juiz Sérgio Moro - que é de propriedade da OAS. Inclusive, que já
foi dado como garantia em operações financeiras realizadas pela construtora.
Portanto,
o apartamento não pertence ao ex-presidente Lula. Porém, os adeptos da
“pós-verdade” já concluíram que o imóvel pertence ao ex-presidente, e tornam
letra morta o que a Constituição da República diz. Custa-me acreditar que o
juiz Sérgio Moro, que está prestando um grande serviço ao País, vá utilizar-se
de convicções, de opiniões e atropele a Constituição do Brasil. O juiz Sérgio
Moro não vai seguir a “pós-verdade”. Como num clássico de futebol,
existem torcedores dos dois lados. Entretanto, o magistrado Sérgio Moro sabe
que o “grande juiz é aquele que não aparece para a torcida”.